Ainda jovem, casou-se com Olga Teixeira Magalhães com quem teve nove filhos: Jo-sé (Dilermando), Félix (Tito), Maria de Lourdes, Lenira, Salete, Glorinha, Cleto, João e Vera Lúcia.
Na década de 20, compra uma fazenda em Filgueiras, próximo ao povoado de Gra-ma, povoação pertencente à Juiz de Fora. Ali, começa a cultivar café.
Em 1929, a quebra da Bolsa de Valores de Nova Iorque traz imediatos reflexos na economia brasileira. Os preços internacionais do café despencam. A situação é agravada por uma superprodução de café: 30 milhões de sacas.
É assim que a crise de 1930 encontra o fazendeiro Dilermando Teixeira de Maga-lhães, com menos de 34 anos e já com cinco filhos para criar.
Essa crise leva inúmeros fazendeiros à ruína, dentre eles o Sr. Dilermando. O gover-no pagava uma mixaria para arrancar e queimar o café.
Perdendo tudo que adquirira com muito trabalho, Dilermando retorna à Ubá, sem saber o que fazer e vai morar na Fazenda de D. Cocota, mãe da sua esposa Olga, lá na re-gião conhecida como Emboque, divisa com as terras do Dr. Ângelo Barleta.
Possuidor de muitos amigos, Dilermando encontra, em Dr. Peluzo, um anjo da guar-da, um verdadeiro protetor. Este sabendo de um leilão de uma fazenda (em Sapé de Ubá), em condições muito especiais, dá um lance e a arremata em nome do Dilermando.
A sede da fazenda estava caindo aos pedaços, mesmo assim foi com a esposa e fi-lhos nela morar. A esposa Olga, econômica e trabalhadora, passou um ano sem comprar um metro de pano.
A fazenda tinha muita mata virgem. Dilermando arrumou trabalhadores em Guidoval para derrubar a mata. Só com a venda da madeira pagou o terreno e ainda lhe sobrou algum capital para investir na propriedade.
Passando a conviver no distrito de Sapé de Ubá, logo, logo se fez respeitado e gran-jeou novas amizades.
A aspiração do pequeno distrito era a sua autonomia administrativa, se transformar em cidade.
Residindo no Sapé, Dilermando acabou envolvendo-se com os anseios dos muní-cipes.
Sob a liderança do Deputado Levindo Ozanan Coelho, junto com os Vereadores Ma-noel Reis Moreira (PR) e Astolfo Mendes de Carvalho (PSD) da Câmara Municipal de Ubá, ao lado do Padre Sinfrônino de Almeida e do alfaiate José de Azevedo Costa, o fazendeiro Dilermando Teixeira de Magalhães fez parte da Comissão de Emancipação do Município de Guidoval.
Em de 27 de dezembro de 1948, através da Lei estadual nº 336, criou-se o município de Guidoval coroando-se de êxito os trabalhos dessa comissão.
Em 6 de março de 1949, houve a primeira eleição para Prefeito Municipal de Guidoval. Elegeu-se para Prefeito o Sr. Cid Vieira (PR/UDN) com 953 votos e como Vice-Prefeito Dilermando Teixeira de Magalhães (PR/UDN) com 947 votos. Tomaram posse em 27/03/1949.
Em 26/01/1951 devido a problemas particulares e de saúde o Sr. Cid Vieira licencia-se do cargo de prefeito. Em 27/01/1951 o Vice-Prefeito Dilermando Teixeira de Magalhães assume a prefeitura até 27/03/1953, final desse mandato eletivo.
No recém criado município, tudo necessitava, tudo estava por fazer. Dinâmico, co-rajoso, determinado e empreendedor, Dilermando pôs "mãos à obras".
Abriu estradas, urbanizou e desobstruiu ruas, construiu e refez pontes, perfurou po-ços artesianos, iniciou a canalização de água na cidade, instalou escolas rurais, reformou a escola da cidade, deu incentivos fiscais para a criação e instalação de Ginásio Guido Marlière. Isto tudo, mesmo com as enormes dificuldades financeiras do novo município.
Acontece que existia em Guidoval, como de resto em todo país, uma briga política inconciliável entre o PR/UDN e o PSD. A comunidade queria que Dilermando continuasse à frente da prefeitura na próxima gestão.
Dilermando revela-se um político hábil ao condicionar a sua candidatura a prefeito, para o próximo mandato, desde que houvesse a UNIÃO de todas as correntes partidárias do município.
Em 27/04/1952 há uma reunião sem precedentes do PR, PSD, UDN e PTB em que os partidos prometem uma trégua em suas desavenças ideológicas. Esta "UNIÃO PARTIDÁRIA" esta registrada em ATA da Câmara Municipal de Guidoval de 10/06/1952, à página 92A.
O primeiro fruto dessa união partidária em Guidoval acontece quando uma comitiva composta por José Geraldo Vieira (Presidente do PR), Astolfo Mendes de Carvalho (Presi-dente do PSD), Vereador Sebastião Cruz, Farmacêutico Trajano Viana, Professora Jesuína Simões e liderada pelo Deputado Levindo Ozanan Coelho vai à Belo Horizonte, interceder junto do Governador do Estado de Minas Gerais e às diversas secretarias em busca de me-lhorias para o município.
Consegue como resultados imediatos: Instalação do Grupo Escolar, criação de Posto de Higiene, autorização para empréstimo à Caixa Econômica Estadual e contrato com a Secretaria de Agricultura para perfuração de poços artesianos.
No dia 28/03/1953 em Sessão solene, a Câmara Municipal de Guidoval dá posse ao Sr. Dilermando Teixeira de Magalhães (Prefeito) e ao Sr. Astolfo Mendes de Carvalho (Vice-prefeito), ambos eleitos pelo Partido Social Democrático. Na ocasião, apresentaram diplo-ma expedido pelo Juiz Eleitoral da 152ª zona do Estado de Minas Gerais.
Encerrou o seu mandato de prefeito em 04/02/1955 realizando inúmeros benefícios e melhorias para a cidade recém-emancipada.
Antes de completar 70 anos, em 8 de junho de 1966, faleceu o Prefeito Dilermando Teixeira de Magalhães.
Dilermando Teixeira de Magalhães, filho de Joaquim Teixeira Magalhães e Henrique-ta Gomes Magalhães, nasceu a 9 de dezembro de 1896 em Rodeiro, nessa época um peque-no distrito da cidade de Ubá.